Lição 10: A perda dos bens terrenos
Um resumo das principais
verdades apresentadas nesta lição.
O materialismo é uma realidade na vida de muitos crentes que se
deixaram levar pelas falácias da Teologia da Prosperidade e da Confissão
Positiva. A mente e o coração, essencialmente, mergulhados numa perspectiva
materialista de vida, não podem dar lugar a essência e a verdade do Evangelho
de Cristo, que diz: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo,
tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Tomar a cruz, através do
sofrimento de Cristo, é o convite feito por Jesus a todos os discípulos que são
dignos dEle (Mt 10.38).
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Num
mundo materialista quase não há espaço para encarar a realidade das perdas
humanas. Até mesmo alguns crentes parecem viver o mundo encantado das “vitórias
e conquistas” a qualquer preço. Contudo, perder filhos, imóveis e dinheiro, por
exemplo, são consequências naturais da vida, inclusive dos que seguem a Cristo.
A grande questão é: Como devemos lidar com as perdas no caminho da vida.
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Podemos sofrer e, até
mesmo, viver as perdas da vida. Nisso, somos humanos. Mas devemos, a exemplo de
Jó, reconhecer a grandeza e a soberania de Deus no processo da perda, ainda que
soframos duramente com ela.
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Por intermédio de uma
vida imediatista, alguns cristãos, em momentos de perdas significativas, têm
dificuldades de confiar em Deus. Para lidar com tais questões não há receitas
nem manuais. O que temos é a promessa viva e real de Jesus (Mt 6.33). Acalme
seu coração! E, em Cristo, recomece com fé e coragem!
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Devido
ao apego emocional e sentimental que temos por nossos familiares e por aqueles
que nos cercam, as perdas de ordem afetiva trazem pavor e sofrimento ao nosso
coração. Por isso, ficamos sem direção e mostramo-nos inconformados. É nessa
hora que a nossa saúde psíquica é comprometida, podendo, inclusive,
comprometer-nos a vida espiritual e social. Por isso, não podemos nos esquecer
do socorro divino. Sem Ele, desmoronamo-nos.
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Uma
vez que a saúde emocional está comprometida, a crise espiritual rapidamente se
instaura. O crente desenvolve um sentimento de inércia para buscar a Deus. Ele
não vê fundamento algum para viver, e acaba desejando a própria morte (1 Rs
19.4). Não podemos ignorar a seriedade do assunto. Se as perdas existenciais na
vida do cristão não forem tratadas bíblica e equilibradamente, certamente
haverá consequências graves. Assim, um bom começo para superarmos as perdas e
angústias é lançar sobre o Senhor todas as nossas ansiedades, por que Ele tem
cuidado de nós (1 Pe 5.7,9).
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Paulo
clamou ao Senhor, rogando-lhe que lhe removesse um espinho que o incomodava
intensamente. Jesus, porém, limitou-se a responder-lhe: “A minha graça te
basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9). O apóstolo,
então, passa a entender que a sua força está na fraqueza, pois o poder de
Cristo aperfeiçoa-se justamente em nossas debilidades. A graça de Deus é
insondável, infinita e incomensurável! Essa graça resgatou-nos. E de tão
completa, ela nos basta por si mesma.
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A
graça de Deus é fruto do seu amor por nós. Sua graça é real na vida de todos os
que recebem a Cristo como o seu Salvador. O Pai conhece a dimensão do nosso
sofrimento e importa-se com cada um de nós. A maior prova disso está no fato de
que Ele ofereceu o seu Único Filho para morrer em nosso lugar (Jo 3.16). Sim,
Ele entregou seu precioso Filho por amor a nós. Seja qual for a sua perda,
sinta-se amado por Deus. Esse amor é poderoso para preencher todo o vazio e
solidão que nos ameaça destruir. Como o apóstolo do amor, podemos dizer: “Nós o
amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).
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Servimos
a um Deus que, em graça e amor inefáveis, intervém na história humana. Ele
interveio na tragédia existencial de Jó. Depois de um longo período de perdas,
angústias, dores e sofrimentos indescritíveis, o patriarca foi miraculosamente
restaurado, enquanto orava por seus amigos (Jó 42.10a). Não desista da sua
existência! Busque a Deus em oração. Ele não tarda em socorrer-nos. Como Deus
interveio na vida de Jó, fazendo com que o seu último estado fosse melhor que o
primeiro, Ele também entrará com providência em sua história. Ele não se
esqueceu de você.
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Podemos
perder tudo nessa vida — casa, dinheiro, emprego, excelentes oportunidades,
relacionamentos, pai, mãe, filho, filha, esposo, esposa e, até mesmo, a própria
saúde. Mas, apesar de todos os infortúnios, continuamos a crer no Evangelho de
Cristo, pois Ele é o nosso baluarte e fortaleza.
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