O milagre na vida de Naamã
“E Naamã, capitão do exército do rei da Síria, era um
grande homem diante do seu senhor, e de muito respeito; porque por ele o SENHOR
dera livramento aos sírios; e era este homem herói valoroso, porém leproso.
Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes,
conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um
menino, e ficou purificado.” (2 Reis 5:1,14)
Naamã sem dúvida é um personagem bíblico muito
conhecido, mas não é atoa, afinal de contas o milagre do Senhor na vida deste
homem foi algo muito grande. Ele era portador de uma doença terrível, na época,
incurável. Mas Deus, através do profeta Eliseu, o restaurou completamente. O
próprio Senhor Jesus, mais tarde, reconhece que Naamã foi um privilegiado: “E
muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi
purificado, senão Naamã, o siro.” (Lucas 4:27).
Sabemos que Naamã foi grandemente abençoado, mas o que
eu quero analisar com você é como Naamã lidou com o seu milagre. O que ele fez
para alcança-lo, e como ele agiu depois de ter tomado posse dele.
Algo importante para observarmos em Naamã é que ele
creu e buscou o milagre em sua vida, assim que ele soube da possibilidade de
alcança-lo, imediatamente buscou uma forma para isto: “Então foi Naamã e
notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra
de Israel.” (2 Reis
5:4). A jovem israelita que estava como criada em sua casa havia apontado o
caminho da cura, Naamã tratou de conseguir logo a autorização do rei da Síria,
seu senhor, para ir até a sua benção.
Se ficarmos inertes permaneceremos derrotados, mas a
bíblia garante que aquele que busca alcança de Deus a sua vitória: “Pedi, e
dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele
que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.” (Mateus 7:7-9).
Naamã foi diligente em perseguir a sua benção, mas
havia um outro elemento essencial que ele precisava demonstrar para receber o
milagre de Deus: a humildade. Sem ela é impossível alcançar do Senhor alguma
coisa: “...revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
(1 Pedro 5:5).
O profeta não recebe Naamã com as honrarias que ele
esperava por ser um grande general, apenas manda um recado para que ele
mergulhe sete vezes no riozinho de Israel e assim ficaria curado. Foi neste
momento que o orgulho tentou tirar a benção de Naamã, estava decidido a ir
embora, mas um sábio conselho dos seus servos o fez se humilhar, por isto o
texto diz que ele “desceu” ao Jordão. Quando descemos para fazer a
vontade de Deus ele nos ergue com a vitória que buscamos.
A historia de Naamã até aqui é fascinante, ele recebe
o milagre e fica admirado com o Senhor, veja o que ele diz: “Eis que agora
sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel;” (2 Reis 5:15). Mas no
final desta historia há algo pouco comentado mas digno da nossa atenção, veja
que apesar de Naamã ter sido tremendamente impactado pelo que Deus fez, ele
pretende continuar a sua mesma vida de antes. Ele decide servir ao Senhor, mas
não pensa na possibilidade de abrir mão da sua posição: “E disse Naamã: Se
não queres, dê-se a este teu servo uma carga de terra que baste para carregar
duas mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem
sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor.
Nisto perdoe o SENHOR a teu servo; quando meu senhor
entrar na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encostar na minha mão, e eu
também tenha de me encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa
de Rimom, nisto perdoe o SENHOR a teu servo.” (2 Reis
5:17-18).
Naamã queria servir ao Senhor, mas havia uma condição,
a bíblia nos ensina a nos entregarmos a Deus incondicionalmente. O texto não
revela se o Senhor perdoaria ou não a Naamã por se dobrar diante de um falso
deus para agradar ao seu senhor humano, mas uma coisa é certa, Naamã estava
abrindo mão de ter um relacionamento muito mais profundo com o Deus que ele
acabara de conhecer.
Naamã se interessou pelas mãos de Deus, mas abriu mão
de algo ainda mais glorioso, a sua face. Que mais do que as bênçãos do Senhor,
possamos desejar desfrutar da sua presença, pois só nela há abundância de
alegria.
Perseguindo o milagre, me humilhando diante daquele
que o pode dar e preocupado em não desprezar o milagre maior que é a sua
presença em minha vida.
Sidone Gouveia