Aviva, ó Senhor, a tua obra
“Ouvi,
Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no
meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.” (Habacuque 3:2)
O clamor do profeta, nesta que é
uma das orações mais lindas da Bíblia, é por avivamento. Nós pentecostais
normalmente associamos avivamento a manifestação dos dons espirituais, mas a
verdadeira essência do avivamento é arrependimento de pecados e uma busca
intensa por uma maior comunhão com Deus.
O verdadeiro avivamento é aquele
gerado pelo temor que nos traz a palavra de Deus “Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi”. Foi assim com os grandes
avivamentos da Bíblia como nos dias de Esdras e Neemias em que o povo se dispôs
para ouvir a leitura e explicação da palavra, desde a alva até ao meio-dia, em
pé, com muita comoção (Neemias 8:1-10).
Como também nos dias do rei Josias que os judeus reencontraram o livro da lei
na casa do Senhor e o povo se voltou novamente para Deus (2 Reis 22). Se desejamos também
viver o verdadeiro avivamento, o único caminho para nós é nos dedicarmos
continuamente para conhecermos e praticarmos a palavra de Deus.
A oração do profeta é para que
Deus avive a sua obra “no meio dos anos”.
Por que no meio dos anos? Porque quando começamos na fé normalmente o
entusiasmo do primeiro amor é muito grande, a nossa fé é muito viva e a nossa
vontade de obedecer a Cristo também. Mas com o passar do tempo o esfriamento
bate a nossa porta e se não estivermos vigiando ele entra e nos faz um cristão
carnal, um verdadeiro sal insipido para ser pisado pelos homens. Agora, se buscarmos
o avivamento no decorrer da nossa carreira o esfriamento certamente não achará
abrigo conosco e seguiremos sendo mais que vencedores.
Quando o profeta usa a expressão “na tua ira lembra-te da misericórdia”
nos faz entender que o povo estava sendo provado. Quando o povo de Deus permite
que o esfriamento se aloje em suas vidas o Senhor permite que as lutas venham
para despertá-los. A Bíblia garante que Ele age assim porque nos ama e quer nos
ver na sua presença: “Porque o Senhor
corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.” (Hebreus 12:6). Sendo
assim, nosso dever é entender a vontade de Deus e recebermos com gratidão a sua
correção. Ou ainda mais, procurarmos sempre vigiar para não sermos atingidos
pelo esfriamento, mesmo antes de sermos provados.
Clamando, assim como o profeta Habacuque,
por um avivamento constante para minha vida e para a obra do Senhor nos meus
dias.
Sidone Gouveia