Aquele que é nascido de
Deus (post 3) conserva-se a si mesmo
“Sabemos
que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado
conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.” (I
João 5:18)
A segunda
característica daquele que é nascido de Deus, que podemos encontrar neste
versículo, é: “conserva-se a si mesmo”. Além
de fugir da prática do pecado, aquele que se torna filho de Deus pela fé em
Cristo precisa zelar pela sua vida espiritual e pelo seu relacionamento com
Deus.
Paulo, escrevendo aos
Romanos, deixou bem claro a questão da individualidade da nossa
responsabilidade diante do Criador: “De
maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” (Romanos 14:12)
Ninguém, por mais que deseje,
conseguirá zelar pela vida espiritual de outra pessoa. No máximo, temos
condições de exercer uma boa influência, ou despertar em alguém um pouco mais de
sede para experimentar um relacionamento profundo com o Deus vivo. No entanto,
o pai não consegue, por si só, alterar o relacionamento que o filho tem com
Deus. Nem tão pouco o marido o da esposa, ou vice e versa. Mas antes, cada qual
é responsável por reconciliar-se com Deus mediante a graça que há em Cristo
Jesus, bem como também, é responsável por manter um bom relacionamento com o
Pai celestial, através de uma vida de obediência a sua perfeita vontade.
Em Mateus 24:13 o
Senhor Jesus faz uma severa advertência que também ratifica este ensino de João
sobre se conservar na presença do Altíssimo: “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” Estamos todos
passando por uma fase probatória, uma fase em que Deus está a procura de
verdadeiros adoradores, os quais o servirão durante a eternidade de glória. Porém,
só serão aprovados neste teste, aqueles que perseverarem até o final, aqueles
que conservarem-se a si mesmos e se apresentarem “... em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus...” (Romanos 12:1)
Também em sua carta aos
Filipenses Paulo traz um ensino que se encaixa a esta nossa verdade: “...operai a vossa salvação com temor e
tremor;” (Filipenses 2:12) A Salvação de nossa alma é uma dádiva
tremendamente preciosa, e nós jamais teríamos condições de alcança-la, se não
fora o sacrifício vicário de Cristo a nosso favor. No entanto, o que o apóstolo,
pelo Espírito Santo, ensina aqui, é que uma vez que recebemos o favor imerecido
de Deus, a saber, a graça de sua salvação, nós passamos a ter a
responsabilidade de conserva-la.
A salvação, uma vez
recebida, deve ser trabalhada: “operai a
vossa salvação”. Isto é o que chamamos de processo de santificação do
crente, uma etapa em que entramos tão logo nos tornamos servos de Deus e
prosseguimos nela até que Cristo nos busque para a vida eterna.
“Mas
agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna.” (Romanos 6:22)
É através do processo
de santificação, que aquele que nasce para Deus, desenvolve o seu
relacionamento com o Pai celestial. No nosso casamento, com o passar dos anos,
vamos conhecendo cada vez melhor o outro, e assim temos oportunidade de
entender o que precisamos fazer para melhorar o relacionamento conjugal e
torna-lo cada vez mais frutífero e prazeroso, tanto para nós quanto para o
nosso cônjuge. Assim também ocorre na nossa vida espiritual, os nascidos de
novo são considerados a noiva do cordeiro, e é no processo de santificação que
temos a oportunidade de conhecer cada dia melhor o amado de nossas almas e
aprimorar o nosso relacionamento com ele. É por isso que o profeta nos convida:
“Então
conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é
certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Oséias
6:3)
Buscando conservar-me a
mim mesmo, através do continuo conhecimento do meu Senhor, assim serei
eternamente dele.
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