O
sal da terra (post 4) Quando o sal perde o seu lugar.
“Vós sois o sal da terra; e se o sal for
insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar
fora, e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5:13)
Depois
de perder o seu sabor e também o seu valor, “o
sal” que não cumpri a sua função perde ainda uma última coisa, perde o seu
lugar: “Para nada mais presta senão para
se lançar fora, e ser pisado pelos homens”.
Deus
nos criou para o louvor da sua glória. Portanto, ele deseja que seus servos
estejam juntos dele, em sua presença. O Senhor Jesus disse: “... virei outra vez, e vos levarei para mim
mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:3)
Ele
ainda prometeu nos preparar um lugar junto a ele na casa do Pai: “Na casa de meu Pai há muitas moradas... Vou
preparar-vos lugar.” (João 14:2)
Noutra
parte, porém, ele revela que para que alguém esteja junto dele, é necessário
que seja útil, que seja servo: “Se alguém
me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se
alguém me servir, meu Pai o honrará.” (João 12:26)
O
sal insípido não poderá permanecer com Cristo. Haja vista que não tem utilidade
alguma. O sal que conserva o seu sabor tem seu lugar garantido junto ao seu
Senhor.
Além
de desfrutar da presença Santa, caso esteja cumprindo o seu chamado, o servo
útil ainda será honrado por Deus. Só mesmo os que são comprados por Cristo,
para desfrutarem de tanto privilégio!
A
bíblia não nos deixa nenhuma sombra de dúvida sobre o destino daqueles que não
cumprem o papel que o Senhor espera deles:
*
A figueira estéril seria arrancada (Lucas 13.6-9);
*
O convidado sem veste nupcial foi lançado nas trevas (Mateus 22.13)
*
O servo inútil perdeu o seu talento e foi lançado nas trevas exteriores (Mateus
25.28-30)
Todo
sal insípido não tem outro fim, senão ser lançado fora, e uma vez lançado fora,
vem a pior parte: “ser pisado pelos
homens”.
A situação daquele que
se torna inútil
A
situação daquele que se torna inútil e perde seu lugar junto a Deus é deplorável.
Teremos ainda mais certeza disto se olharmos um pouquinho a história do profeta
Jonas.
Deus
lhe ordenou: “Levanta-te, vai à grande
cidade de Nínive, e clama contra ela” (Jonas 1:2)
Ele,
porém, não obedeceu. Ao invés disso “se levantou
para fugir da presença do SENHOR para Társis”. (Jonas 1:3)
Jonas
fez a escolha errada. Optou por ser a figueira estéril, o servo inútil, o sal
insípido. Mas como a lei da semeadura é infalível, as consequências não
tardaram: “... o SENHOR mandou ao mar um
grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de
quebrar-se.” (Jonas 1:4)
O
coração do imprestável servo estava tremendamente endurecido. Ele então, mantendo-se
totalmente indiferente, recusa plenamente a oportunidade de se arrepender e
voltar a ser útil. Enquanto “os
marinheiros clamavam cada um ao seu deus, e lançaram ao mar as cargas, que
estavam no navio, para o aliviarem do seu peso”. O rebelde “desceu ao porão do navio, e, tendo-se
deitado, dormia um profundo sono.” (Jonas 1:5)
Tanta
indiferença não poderia ficar sem uma repreensão. Só que ela não vem de um
crente e nem de um anjo, mas do ímpio capitão do navio que disse-lhe: “...Que tens, dorminhoco? Levanta-te, clama
ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos.” (Jonas
1:6)
Que
vergonhoso! O incrédulo exortando o crente a clamar a Deus. Só que ele não
podia! Sua relação com Deus não ia bem. Ele havia se tornado insípido, inútil! E
por isso, perdera o seu lugar junto ao trono do Pai.
O
rebelde continua firme em seu propósito de não se arrepender, seguro que
ninguém saberia de seu problema de relacionamento com Deus, até que tiveram uma
ideia que não lhe deixou nem um pouco feliz: “E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para
que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte
caiu sobre Jonas.” (Jonas 1:7)
A
situação se agrava cada vez mais, mas ele ainda não se quebranta... Ao invés de
se arrepender, o servo inútil escolhe a própria morte. Veja o conselho que ele
dá aos marinheiros: “...Levantai-me, e
lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa
vos sobreveio esta grande tempestade”. (Jonas 1:12)
Isso
seria o fim de um servo inútil e rebelde. Mas a infinita misericórdia de Deus
se manifesta mais uma vez: “Preparou,
pois, o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três
dias e três noites nas entranhas do peixe.” (Jonas 1:17)
Deus
milagrosamente livra Jonas da morte no mar, e mais milagrosamente ainda, o mantém
vivo nas entranhas de um animal marinho. O inútil esta encurralado, ele não vê
outra forma de sair daquela situação, a não ser quebrando seu silêncio com
Deus. Então: “OROU Jonas ao SENHOR, seu
Deus, das entranhas do peixe.” (Jonas 2:1)
E
Deus superabundou a medida de sua misericórdia: “Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca.”
(Jonas 2:10)
Depois
de todo este reboliço o sal insípido recupera o seu sabor e vai cumprir a ordem
do Senhor. Você, estando no lugar dele, não teria se poupado de um pouco de
sofrimento e se tornado útil antes de algumas destas coisas?!
Mas
e em seu próprio lugar? Como você tem agido?
O servo só será
realmente útil, se for fiel
Quem
são, na verdade, os servos que são úteis ao Senhor? São aqueles que, sobretudo,
buscam ser fiéis a sua palavra. Pois muitos que até são trabalhadores, mas que
se esquecem de obedecer, terão, naquele dia do Senhor, uma triste surpresa: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos
demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniqüidade.” (Mateus 7:22-23)
Não
nos esqueçamos jamais disto!
Buscando
ser o sal que conserva o seu sabor, para não perder jamais meu lugar aos pés do
meu Senhor!
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