Aquele
que é nascido de Deus (post 2) Não vive na prática do pecado
“Sabemos que todo
aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a
si mesmo, e o maligno não lhe toca.” (I João 5:18)
Temos
neste versículo três características daquele que é nascido de Deus, e a
primeira delas é “não peca”.
Quer
dizer então que aquele que é nascido de Deus, ou seja, aquele que se torna
filho de Deus pela fé em Cristo, atinge o estado de santidade e não prática
mais qualquer pecado?
A
coisa não é bem assim. Pois o próprio João nesta mesma epistola se referindo
aos santos diz:
“Se dissermos que não
temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.”
(I João 1:8)
E
no segundo versículo adiante, ele reafirma a mesma coisa em um tom um pouco
mais forte:
“Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo
mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (I João 1:10)
Então
nós como leitores da bíblia, ou ainda mais, como homens e mulheres que temos
procurado dirigir nossas vidas por ela, nos perguntamos: Que paradoxo é este?
Seria isto uma contradição bíblica? Nós sabemos que não, pois sendo a palavra
de Deus inerrante não há nela contradição alguma.
Como
pode então João em uma mesma epístola afirmar que a primeira característica daquele
que é nascido de Deus é: “não peca”. E
nesta mesma epístola dizer: “Se dissermos
que não pecamos, fazemo-lo mentiroso”?
Teremos
que estudar um pouco mais a inesgotável palavra da verdade para desfazermos
este mal entendido, e na epistola aos Hebreus encontraremos um trecho que nos
iluminará o entendimento:
“Porque, se pecarmos
voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não
resta mais sacrifício pelos pecados,
Mas uma certa
expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os
adversários.” (Hebreus 10:26-27)
Note
bem, o justo não está isento da possibilidade de pecar, pelo menos não enquanto
estiver preso a este corpo carnal que tem uma enorme propensão para praticar
aquilo que desagrada a Deus. Porém, é intolerável que aquele que foi regenerado
pela fé no sacrifício de Cristo se entregue voluntariamente a prática do pecado.
O
pecado, na vida daquele que é nascido de Deus, é possível. Porém, não sem
causar arrependimento e tristeza.
Pedro
escreveu dizendo que o filho de Deus se sacrificou na cruz justamente para nos
libertar da prática daquilo que entristece o coração do Pai:
“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos
pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver
para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I
Pedro 2:24)
Embora
ainda estejamos sujeitos ao pecado, já não somos mais escravos de sua prática.
O poder transformador do sangue de Cristo, aquele sangue puro vertido por nós
na cruz, nos libertou dela.
No
entanto, se não fizermos caso do efeito santificador deste sacrifício que
Cristo fez por nós, estaremos irremediavelmente perdidos. Isto por que não
haverá outro sacrifício, capaz de nos salvar do efeito tremendamente destruidor
dos nossos pecados.
Se
voltarmos agora para nossa epístola de João, encontraremos outro trecho que nos
fará ver ainda mais sentido neste nosso raciocínio:
“MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo,
para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai,
Jesus Cristo, o justo.
E ele é a propiciação
pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o
mundo.” (I João 2:1-2)
As
admoestações da palavra de Deus atuam em nós como uma vacina que bani do nosso
coração o vírus do pecado. Se, no entanto, por um deslize, acabarmos praticando
algo que não agrada o nosso Senhor, aquele que pagou na cruz o preço pela nossa
justificação, a saber, o nosso Salvador Cristo Jesus, intercede ao Pai em nosso
favor afim de alcançarmos a misericórdia do Todo Poderoso.
Ainda
não alcançamos o estado de santidade, mas estamos em um continuo processo de
santificação, a fim de, ficarmos cada dia mais parecidos com aquele que morreu
na cruz para nos tornar santos como ele é.
“Mas a vereda dos justos é como a luz da
aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Provérbios
4:18)
Trilhando
a cada dia o caminho dos justos, renunciando sempre o pecado, para ser
verdadeiramente um nascido de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário